Euclides Rodrigues Pimenta da Cunha nasceu em 1866 na então província do Rio de Janeiro. A sua família, de origem luso-baiana, aí se instalara, em meados do século XIX, atraída pela miragem da riqueza fácil que o café parecia oferecer a todo o Vale do Paraíba , laboriosa e mediana seria a vida de Euclides: militar, engenheiro, topógrafo, jornalista, escritor e, por fim, por um brevíssimo espaço de tempo, professor.
Na adolescência escreveu alguns poemas de um romantismo liberal cujo ideário se cifrava no culto do Progresso e da Liberdade. E Euclides fez-se muito cedo abolicionista e republicano ardente. O pendor para os estudos matemáticos levou-o a eleger como curso superior a Engenharia, entrando primeiro na Escola Politécnica, que mal freqüentou e, logo depois, na Escola Militar da Praia Vermelha. Neste centro difusor da mentalidade positivista educa-se para um tipo de pensamento que atava no mesmo feixe de valores, a Ciência e o republicanismo.
Ao lado da influência de Comte, d o evolucionismo de Darwin e deSpencer o dispôs a aceitar, com excessiva confiança, as "leis" sobre os caracteres morais das raças que tanto acabariam pesando na elaboração de Os Sertões. Euclides passou a escrever no jornal A Província de São Paulo (depois de 1889, O Estado de S. Paulo) artigos de cunho ideológico.
Proclamada a República, Euclides pôde reintegrar-se às fileiras do Exército, cursando então Artilharia e Engenharia, na Escola Superior de Guerra. Em agosto de 1890, casa-se com Anna da Cunha. Nos anos seguintes dedicou-se aos estudos brasileiros de que foi, até a morte, um cultor assíduo. Em 1892, escreve alguns artigos para O Estado de S. Paulo, defendendo as medidas políticas de Floriano.
A essa altura, Euclides entrega-se aos estudos brasileiros, passando da geologia à botânica, da toponímia à etnologia: o acervo de conhecimentos que então carreou formaria a base científica de Os Sertões, obra redigida alguns anos mais tarde. Um fato veio alterar a rotina dessa vida de estudioso e funcionário exemplar. Os jornais de 7 de março de 1897 noticiaram a morte do Coronel Moreira César, líder da ala florianista do Exército. O episódio foi logo interpretado como primeira fase de uma luta armada em prol da restauração do regime monárquico. Euclides, republicano de primeira hora, aceitou, no princípio, a interpretação dos jornais. O Estado de S. Paulo convida-o a acompanhar, como correspondente, os sucessos de Canudos. O contato direto com as condições físicas e morais do sertanejo acabou por desmentir o pressuposto de que Canudos era um foco monarquista. Desfeito o equívoco, o escritor pôs-se a examinar com novos olhos aquela sociedade, cuja interpretação ele proporia em Os Sertões em termos de mestiçagem e de influência do meio.
O escritor continuou a trabalhar como engenheiro e a escrever sobre nossos problemas, compondo, em 1904, vários artigos, reunidos em Contrastes e Confrontos e mais tarde em o Relatório sobre o Alto Purus e em Peru versus Bolívia.
Em um esforço pessoal no qual se empenhara por motivos de honra, é morto numa troca de tiros com o cadete do Exército Dilermando de Assis, que se tornara amante de sua esposa, aos 15 de agosto de 1909. Contava, ao morrer, 43 anos de idade.
Na adolescência escreveu alguns poemas de um romantismo liberal cujo ideário se cifrava no culto do Progresso e da Liberdade. E Euclides fez-se muito cedo abolicionista e republicano ardente. O pendor para os estudos matemáticos levou-o a eleger como curso superior a Engenharia, entrando primeiro na Escola Politécnica, que mal freqüentou e, logo depois, na Escola Militar da Praia Vermelha. Neste centro difusor da mentalidade positivista educa-se para um tipo de pensamento que atava no mesmo feixe de valores, a Ciência e o republicanismo.
Ao lado da influência de Comte, d o evolucionismo de Darwin e deSpencer o dispôs a aceitar, com excessiva confiança, as "leis" sobre os caracteres morais das raças que tanto acabariam pesando na elaboração de Os Sertões. Euclides passou a escrever no jornal A Província de São Paulo (depois de 1889, O Estado de S. Paulo) artigos de cunho ideológico.
Proclamada a República, Euclides pôde reintegrar-se às fileiras do Exército, cursando então Artilharia e Engenharia, na Escola Superior de Guerra. Em agosto de 1890, casa-se com Anna da Cunha. Nos anos seguintes dedicou-se aos estudos brasileiros de que foi, até a morte, um cultor assíduo. Em 1892, escreve alguns artigos para O Estado de S. Paulo, defendendo as medidas políticas de Floriano.
A essa altura, Euclides entrega-se aos estudos brasileiros, passando da geologia à botânica, da toponímia à etnologia: o acervo de conhecimentos que então carreou formaria a base científica de Os Sertões, obra redigida alguns anos mais tarde. Um fato veio alterar a rotina dessa vida de estudioso e funcionário exemplar. Os jornais de 7 de março de 1897 noticiaram a morte do Coronel Moreira César, líder da ala florianista do Exército. O episódio foi logo interpretado como primeira fase de uma luta armada em prol da restauração do regime monárquico. Euclides, republicano de primeira hora, aceitou, no princípio, a interpretação dos jornais. O Estado de S. Paulo convida-o a acompanhar, como correspondente, os sucessos de Canudos. O contato direto com as condições físicas e morais do sertanejo acabou por desmentir o pressuposto de que Canudos era um foco monarquista. Desfeito o equívoco, o escritor pôs-se a examinar com novos olhos aquela sociedade, cuja interpretação ele proporia em Os Sertões em termos de mestiçagem e de influência do meio.
O escritor continuou a trabalhar como engenheiro e a escrever sobre nossos problemas, compondo, em 1904, vários artigos, reunidos em Contrastes e Confrontos e mais tarde em o Relatório sobre o Alto Purus e em Peru versus Bolívia.
Em um esforço pessoal no qual se empenhara por motivos de honra, é morto numa troca de tiros com o cadete do Exército Dilermando de Assis, que se tornara amante de sua esposa, aos 15 de agosto de 1909. Contava, ao morrer, 43 anos de idade.
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